segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

A alegoria da caverna: perplexidades (7)

7) Mas a mais estranha e chocante sugestão na descrição narrativa de Sócrates (517a) é esta: “E a quem tentasse soltá-los e conduzi-los até cima, se pudessem agarrá-lo e matá-lo, não o matariam?” E Platão não se coíbe de pôr Gláucon a corroborá-la prontamente (ou servilmente): “Matariam, sem dúvida”.
O leitor fica com a impressão de que há algum hiato na narrativa ou na construção dramática, ou que foram censuradas as partes que mostravam por que razão estes prisioneiros teriam tão homicida tentação — ou então conforma-se à suspeita de que alguns disparates não foram expurgados desta afamada alegoria.


Paulo Lopes

2 comentários:

AlunoRessabiado disse...

Senhor Paulo Lopes,
Navegando na internet, tive o infortúnio de "caír" nesta página, e sem saber porquê, resolvi ler algumas coisas que aqui aparecem, somente para acabar chocado com as babuseiras que aqui se escrevem!
Depois, resolvi tentar perceber de onde tal porcaria teria nascido, e fui então chocar-me mais ainda com o facto de vir de uma escola!! Automáticamente deduzi que o senhor será muito provavelmente professor (pelas mais variadas razões, e entre elas a eleita seria: nem miúdos da escola escreveriam tais borradas), e foi então que me aterrou a ideia na cabeça que nem martelo: "É gente desta cheia de tretas e conversas idiotas que anda a ensinar as crianças deste país?"
Tenha vergonha senhor Paulo Lopes, e faça algo útil e didáctico por favor para os seus alunos, e deixe de utilizar palavras como "hiato" quando não sabe o seu significado, e já agora, "while you're at it", passe-lhe um corrector ortográfico, que por mim já tinha levado vermelho!!!
Se não percebeu o inglês, vá ao tradutor.
Se quer saber quem sou, dou-lhe uma pista: Sim, sou aluno seu, sim, sei que não gosta de mim, não, não gosto de si, e não, não o escondo!
Agora descubra-me, se conseguir.
É tramado eu saber e rir-me para dentro de cada vez que o vejo, e o senhor não saber!!!

Com os melhores cumprimentos,
AlunoRessabiado

Phronesis disse...

Pois, caro aluno ressabiado: o nome, pelo menos, é coerente com a mensagem.
Já agora, retribuindo o conselho técnico - tit for tat -, porque é que não passaste "babuseiras" pelo corrector ortográfico?
Entretanto, enquanto agradeço a tua presença aqui (porque, lá diz a boa frase, there's no such thing as bad publicity - except your own obituary), devo dizer que não acredito que sejas meu aluno; e a razão é simples: este ano não tenho alunos pretensiosos.
Acredito que não gostes de mim (quem é que quer assim tanta unanimidade em relação a si próprio?), mas eu não tenho nenhum aluno de quem eu activamente não goste (o que não é improvável que acontecesse se realmente te conhecesse).
De qualquer modo, passa quando quiseres: para dizer ou para zurzir baboseiras...

Paulo Lopes